Sinopse

O que você faria se estivesse preso num lugar desconhecido? Um cômodo sem janelas, escuro e cuja única companhia é um homem que não tem intenção de sair deste lugar para voltar à vida normal? Seu argumento é baseado na ideia de que o cotidiano prende a todos numa rotina vil, que mata as pessoas aos poucos e que somos vítimas de um sistema cruel. O que você faria se sua vida fosse despedaçada quando criança e seu “eu” adulto não passasse de um quebra-cabeça com diversas peças faltando, como num jogo incompleto? Você deixaria de viver o futuro em função do que deixou de viver no passado? Cada uma dessas perguntas é feita a cada um dos protagonistas que se cruzam e se perdem num labirinto de emoções.

Algumas pessoas somem de repente e aparecem presas num lugar estranho. A única saída é descobrir o motivo de seus cárceres e o que fazer quando sairem pela porta. A liberdade é real?


“Harry anda espreitando-se pelas paredes escuras para evitar ser visto. Evitar ser achado pelo ser que o colocara naquela situação. Ele, aos poucos, chega à porta da primeira cela em relação a qual ele estava. O medo de morrer que sentia, só era vencido pela tentação de olhar pela estreita janela que o possibilitava averiguar o que acontecia dentro da cela. Com toda a coragem do mundo, ele olha pelo vidro um pouco embaçado e só vê escuridão. Contudo, sua vista vai se acostumando com o escuro e, paulatinamente, enxerga a silhueta em meio àquela falta de luz. A silhueta parecia ser de uma mulher agachada em um canto da cela com um sério problema ao respirar. Ele a fita atentamente até que ela levanta e encosta seu rosto no vidro. Seus lábios faziam movimentos incompreensíveis como se ela quisesse se comunicar. Harry fica sem reação. A única coisa que ele entendeu vindo da mulher foi a frase ‘me ajude, por favor’. Ele sabe que no momento não pode, mas jura que fará de tudo para voltar e salvá-la, mesmo sabendo que é capaz de não voltar. Não porque não queria, mas porque não podia.”

(Capítulo 3 - Viver é importante)